Editorial
Um final feliz
Desde 2016 estava definido que os moradores das casas sobre a taipa do canal São Gonçalo deveriam sair de lá. Foram algumas dezenas de reportagens do Diário Popular ao longo de todo o processo, que começou no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura e pelo Ministério Público, passando por todas as etapas que culminaram no evento de ontem, que gerou a foto de capa e a matéria da página 3 desta edição. Moradia digna é uma das necessidades humanas mais básicas e, enfim, essa comunidade conseguiu isso.
As casas do novo loteamento são uma eterna representação da importância da conversa entre órgãos públicos em prol do cidadão. O governo do Estado também entrou na jogada e, por meio de programa habitacional, ajudou na construção. São pessoas que por décadas viveram em situação insalubre, de extrema pobreza e péssimas condições estruturais e de segurança, que agora terão a alegria de viver sob um teto firme, paredes de verdade e com serviços básicos como iluminação e fornecimento de água potável. Sim, algumas dessas casas, como o DP mostrou ao longo dos anos, sequer tinham isso.
A Estrada do Engenho tinha uma peculiaridade também pela localização. Próximo às margens do São Gonçalo, o perigo era gritante. Mas a solução encontrada ali tem que nortear outras regiões da cidade, como a taipa sobre o Santa Bárbara, em que também há moradias em situação periclitante. Também não dá para esquecer da situação terrível que vivem os moradores do Pontal da Barra, isolados há mais de quatro meses (e contando…). Fornecer estrutura básica para tirar pessoas de situações degradantes é o principal papel do Estado. A habitação digna por muito tempo foi esquecida no nosso País. Não podemos aceitar que isso aconteça novamente.
A questão foi por muito tempo permeada de críticas - falta de comunicação apropriada, acusações de interesses de especulação imobiliária na região e apagamento histórico de uma região. No entanto, o que se viu com as novas casas foi o sorriso dos moradores e, embora um certo palanque político, a solução por uma dor sofrida por tantas famílias ao longo de tanto tempo.
Agora, é esperar que cada vez mais o olhar das administrações públicas se voltem às pessoas carentes em busca de dignidade. Pelotas tem um case de extremo sucesso nessa situação. Que sirva de exemplo para próximos passos!
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